sábado, 4 de julho de 2009

A força do amor




A força do amor


Quem pensa que a felicidade está em receber o amor de alguém se engana. Amar traz muito mais benefícios do que ser amado. Amar ensina a multiplicar gestos e emoções, amigos e momentos felizes. Na hora em que amamos, somos tomados por uma energia poderosa, que nos enche de entusiasmo, de alegria, de criatividade, de generosidade. Amar é doação. Amar faz de nós pessoas melhores, nos torna capazes de apreciar a vida, habilidade que não perdemos nem se formos abandonados.
O discurso que diz: “Ninguém me ama, ninguém me quer, ninguém me chama de meu amor” Também quer dizer: ”Ah como eu queria ser amado”. Algumas pessoas não conseguem assumir essa fragilidade, necessidade de cuidado e de cuidar também.
Se tu acreditas que a felicidade está no ato de receber do que no gesto de dar amor engano seu amigo, pois as delicias de amar superam as de ser amado. Ser foco do amor de alguém é muito bom, mas tem mais a ver com uma posição passiva, uma satisfação vaidosa, uma felicidade que vem de outro e dele depende. Dessa forma só poderemos ser felizes na presença do outro.
A alegria de ser amado não é plena, não é visceral. Já o amar é algo que nos pertence, que nasce em nossas entranhas e nos enche o peito de um jubilo transbordante, que ativa nossas moléculas em direção ao ser amado, que provoca uma alegria que nasce e mora em nós mesmos, que nos torna melhores, mais capazes de apreciar a vida, mais generosos, com disposição infinita para viver e realizar.
Ser amado é um empréstimo; amar é um capital. Quando o amor pelo outro nasce de nós ele transborda para o mundo. Contagia os que estão à volta e a leveza impera no espaço que habitamos. Quando sou amado, meu viço depende do outro. Quando amo, ele depende de mim mesmo. Amar nos torna mais fortes, plenos e criativos, leves, harmônicos em gestos e palavras. Às vezes nos tornamos ate poetas.
Quando somos correspondidos, o amor que já existe em nós se torna ainda mais pujante. Sentimento avassalador. Mas lembre-se que não vale à pena amar quem não nos ama, mas também não é suficiente amar só porque somos amados. E preciso que o amor parta de nós. Assim, a capacidade de sermos alegres, vivermos criativamente, sentirmo-nos felizes se mantém latente. Ainda que hiberne por um período, ainda que não exista alguém especial nesse momento, mais cedo ou mais tarde esse sentimento acordará, e toda essa energia fluirá ao teu redor. Todo mundo quer ser amado, mas o prazer de amar é muito maior.
Nos versos de Nahman Armony, temos essa dimensão divina.

“Eu amo
E ao amar posso amar mais ainda
Posso estender meu amor em comprimento e profundidade
Sem deixar de amar a quem amo”

O que posso dizer mais diante da plenitude da beleza expressa em tão lindos versos...



Dryca, 2009.

Nenhum comentário:

Postar um comentário