domingo, 24 de junho de 2012

Meu caçador







Meu caçador


No desejo insano de ser caça
No delírio voraz que me passa
Fui mais que presa exposta e casta
Fui solta fera devassa


Sugaste meu fluido quente
Me destes fantasias ardentes
Gritos e gemidos inconsequentes
Vem meu caçador indecente!


Trêmula meu corpo espera
Tua invasão rígida e sincera
Na cama e nos lençóis sonhar
Brincar de guerra e me devorar


Num beijo espero sedenta
Provar teu corpo atenta
Cada centímetro sentir
Teu sexo inteiro a me possuir


Quanto mais ainda vou esperar
Rolo na cama de desejo
Imagino tua língua consumir meu medo
E assim perdida me encontrar
E inteiramente sua poder me entregar.




Dryca 2012




sábado, 16 de junho de 2012

Infinito Particular




Hoje só uma poesia diz o que sou e sinto. O poeta escreveu e eu senti, e melhor eu canto pra você.
Não poderia dizer melhor...


Infinito Particular
Marisa Monte


Eis o melhor e o pior de mim
O meu termômetro, o meu quilate
Vem, cara, me retrate
Não é impossível
Eu não sou difícil de ler
Faça sua parte
Eu sou daqui, eu não sou de Marte
Vem, cara, me repara
Não vê, tá na cara, sou porta bandeira de mim
Só não se perca ao entrar
No meu infinito particular
Em alguns instantes
Sou pequenina e também gigante
Vem, cara, se declara
O mundo é portátil
Pra quem não tem nada a esconder
Olha minha cara
É só mistério, não tem segredo
Vem cá, não tenha medo
A água é potável
Daqui você pode beber
Só não se perca ao entrar
No meu infinito particular

quarta-feira, 13 de junho de 2012

Escuridão






Escuridão



Na escuridão da noite meu peito clama por luz

No breu dos acontecimentos só tua voz me seduz

Uma lágrima quente rola no meu rosto e uma dor ferina me reduz

Nada povoa meu pensamento agora onde fragmentos de vida me assola

Juro que eu queria gritar mais só o silêncio do momento pode me salvar

Uma morte certeira insiste em me rondar.





Dryca, 2012.

domingo, 10 de junho de 2012

Milagre






Milagre



Hoje eu pensei em tudo que tenho vivido e não vivido, foram horas lembrando fatos que não me saem da lembrança, fatos que poderia ter marcado minha estória de forma diferente... Coisas que eu devia ter esclarecido no calor dos acontecimentos, mais que agora são peças perdidas de um quebra cabeça que não consigo montar. Será que eu quero montar?

Não tem tanta importância assim o passado, mais uma pulga atrás da orelha pode fazer um estrago enorme quando deixada solta vagando numa cabeça vazia e fértil em sua imaginação... Eu devia saber de cor isso, pois várias vezes essa pulga estragou diversas situações na minha vida.

Então o que fazer? Olhar para o passado e se espelhar na situação? É tão fácil quando se estar de fora e se pode opinar na vida das pessoas sem nada a perder, nem mesmo sentir...

Posso sorrir disso tudo mais na frente, posso sorrir agora se quiser, mas posso não fazer nada e ficar parada esperando um milagre acontecer. Não o milagre de transformar água em vinho, não, esse não acontece mais nos dias de hoje. O milagre que espero é mais simples, ou mais complexo. Espero o sol nascer, lindo, brilhante e quente no horizonte. Forte e voraz a me abraçar e aquecer meu corpo nu. Espero esse milagre sempre, pois viver é o milagre que sei fazer. 

Só me resta saber de vc...


Dryca, 2012

sábado, 2 de junho de 2012

Duelo





Duelo



Duas criaturas em um só coração.

A primeira, uma menina mulher, sapeca, risonha, romântica e doce. A segunda, uma mulher menina, prática, decidida, livre e arisca. As duas juntas resolveram seguir por uma viagem onde o coração insistia em navegar. Envolto numa névoa doce e inebriante seguiu por onde nunca jamais havia caminhado. Feliz a menina sorria, feliz a mulher se excitava...

De repente em meios às paisagens do caminho, numa fronteira antes não cruzada, um sinal de alerta sinalizava no caminho. Nesse momento então se dá o duelo. A menina mulher insiste em seguir, ela gosta do caminho, da névoa e do coração feliz. A mulher menina insiste em fugir dali, correr para um lugar seguro e esquecer o caminho. Ela não suposta o coração sobressaltado.

O coração, paralisado diante de tantos gritos não sabe o que fazer: FIQUE! FUJA! FIQUE! FUJA!

Correr risco num terreno insólito ou ficar tranquilo num terreno infértil??



Dryca, 2012.